Como Corrigir o Comportamento de Morder em Filhotes de Cachorro
Filhotes mordendo é um comportamento natural, especialmente nas primeiras fases de vida. Usar a boca para explorar o mundo é algo instintivo: é assim que os filhotes conhecem texturas, expressam excitação, aliviam dores na gengiva causadas pela troca de dentes e até tentam interagir com as pessoas. Porém, apesar de ser algo esperado, esse comportamento precisa de orientação adequada para não gerar problemas futuros.
Em 2025, as práticas de adestramento evoluíram. A correção de um filhote mordendo deve ser feita com base no reforço positivo, na observação dos gatilhos e na construção de um ambiente seguro e equilibrado. A ideia não é punir, e sim redirecionar esse comportamento para alternativas saudáveis, como brinquedos apropriados, atividades mentais e exercícios de autocontrole.
Neste guia completo, você vai descobrir o que fazer quando o filhote começar a morder, como transformar esse hábito em algo controlado e seguro e quais ferramentas realmente funcionam. Também abordaremos os comandos ideais, os cuidados emocionais e os momentos certos para intervir, sempre com respaldo de métodos atualizados e recomendados por veterinários comportamentais.
Entenda por que o filhote morde
Quando se trata de filhote mordendo, o primeiro passo é compreender que esse comportamento não é birra ou desobediência. As mordidas fazem parte do processo de desenvolvimento físico e emocional. Nos primeiros meses de vida, os cães exploram o mundo com a boca — morder é como eles conhecem objetos, interagem com humanos e aprendem os limites sociais durante brincadeiras.
Outro fator importante é a fase de dentição, que ocorre geralmente entre os 3 e 6 meses. Nessa etapa, os dentes de leite caem e os permanentes começam a nascer, causando incômodo nas gengivas. Como resposta, o filhote morde para aliviar a dor e a coceira local. Além disso, mordidas também podem estar ligadas a sentimentos como tédio, excitação excessiva, frustração ou necessidade de atenção.
Para saber o que fazer, é essencial observar o contexto: o comportamento surge após ficar muito tempo sozinho? Acontece no auge da brincadeira? Está associado a momentos de agitação ou medo? Analisar os gatilhos torna possível identificar a causa e aplicar estratégias adequadas.
Com essa leitura precisa do comportamento, o tutor pode introduzir brinquedos de mordida, criar atividades que gastem energia física e mental e ensinar comandos que incentivem o autocontrole. Assim, as mordidas deixam de ser problema e passam a ser oportunidades valiosas de aprendizado.
Ofereça alternativas seguras de mastigação

Quando o filhote está mordendo móveis, chinelos ou objetos da casa, não adianta apenas repreender — é fundamental oferecer alternativas adequadas para canalizar esse comportamento natural. O instinto de mastigar é especialmente intenso durante a dentição, e, sem opções seguras, ele buscará alívio no que estiver ao alcance.
A solução está em criar um ambiente rico em estímulos apropriados. Invista em uma variedade de mordedores específicos para filhotes, que respeitem o tamanho da boca, a força da mordida e o estágio da dentição. Alguns dos melhores recursos incluem:
- Mordedores de borracha macia e atóxica, ideais para gengivas sensíveis;
- Ossinhos de nylon ou silicone desenvolvidos para aliviar a coceira bucal;
- Brinquedos interativos com texturas variadas, que despertam curiosidade e prolongam o interesse;
- Brinquedos que liberam petiscos, incentivando mastigação prolongada com reforço positivo.
Disponha esses itens desde os primeiros dias do filhote em casa, espalhando-os pelos cômodos onde ele costuma circular. Ao flagrar o cão mordendo algo inadequado, diga um “não” firme (sem gritar), interrompa o comportamento com calma, apresente o brinquedo correto e elogie imediatamente quando ele fizer a troca.
Essa associação rápida e repetida entre comportamento certo e recompensa é a chave para moldar hábitos saudáveis. Mais do que evitar danos materiais, essas estratégias protegem a saúde bucal do filhote e ensinam limites de forma positiva.
Ensine o controle da mordida
Quando o filhote está mordendo com força, ele não está sendo agressivo — está apenas aprendendo os limites do próprio corpo. Ensinar o controle da força da mordida, também conhecido como bite inhibition, é essencial para garantir brincadeiras seguras e uma convivência equilibrada com pessoas e outros animais.
A técnica baseia-se na simulação da linguagem dos irmãos de ninhada. Quando um filhote morde forte demais durante a brincadeira, o outro normalmente reage com um latido agudo ou se afasta. Você pode imitar esse comportamento de forma simples:
- Durante a brincadeira, se o filhote morder com intensidade, emita um “ai!” alto e agudo.
- Interrompa o contato imediatamente — pare de brincar e vire-se de costas ou afaste-se.
- Ignore o filhote por alguns segundos, sem olhar, falar ou tocar.
Essa pausa temporária comunica claramente que morder forte encerra a diversão. Com repetição, o filhote associa a força excessiva à perda de interação, ajustando seu comportamento naturalmente.
Para complementar, redirecione para um brinquedo apropriado de mastigação. Ofereça o item com entusiasmo e, ao notar que ele morde com delicadeza, recompense com carinho ou petisco.
Esse treino, feito com paciência e consistência, ajuda o cão a desenvolver autocontrole e respeito aos limites, além de ser parte fundamental de qualquer estratégia sobre o que fazer com filhote mordendo de forma inadequada.
Use reforço positivo de forma consistente
Quando se trata de filhote mordendo, saber o que fazer exige mais do que comandos — requer consistência no reforço positivo. Comandos como “não”, “solta” e “para” são fundamentais, mas só funcionam de verdade se forem acompanhados por uma recompensa clara e imediata quando o comportamento desejado ocorre.
Ao perceber que o filhote largou o objeto ou interrompeu a mordida após sua orientação, reaja com entusiasmo: um “muito bem!”, seguido de carinho, petisco ou brinquedo preferido, ajuda a fixar o aprendizado de maneira leve e eficaz. Essa estratégia, amplamente validada pelos especialistas em comportamento animal em 2025, cria uma associação emocional positiva entre obedecer e ser recompensado.
É importante que o reforço venha logo após o bom comportamento — o cérebro do cão aprende por associação imediata. Se o filhote solta o que está mordendo e recebe atenção positiva, ele entende que seguir a instrução é vantajoso.
Esse método substitui a punição por confiança, evitando traumas e favorecendo um ambiente emocionalmente estável. Além disso, reforça o vínculo tutor-pet, tornando o processo educativo mais cooperativo.
Estimule a mente e descanse o corpo
Um dos principais motivos para o comportamento de filhote mordendo é o excesso de energia acumulada e a falta de estímulos mentais. Quando o cérebro do cãozinho não é desafiado e o corpo não é devidamente exercitado, ele busca atividades por conta própria — e morder móveis, chinelos ou mãos se torna uma válvula de escape comum.
Para corrigir isso de forma eficaz, a recomendação é combinar estímulo mental com atividade física leve. Comece com brinquedos interativos, como quebra-cabeças que liberam petiscos gradualmente, incentivando o raciocínio e a concentração. Introduza também jogos de faro, que estimulam o olfato — o sentido mais desenvolvido nos cães — e reduzem a ansiedade.
Além disso, sessões curtas de obediência básica (como sentar, deitar, esperar) promovem disciplina e colaboração, mantendo o cérebro ativo. Após essas atividades, caminhe com o filhote por percursos curtos e seguros, adaptados à sua idade e resistência.
Esse equilíbrio entre mente ativa e corpo cansado reduz significativamente o impulso de morder objetos como forma de liberar tensão. Um filhote bem estimulado é naturalmente mais calmo, aprende mais rápido e apresenta comportamento mais controlado no dia a dia. O segredo está em manter uma rotina diversificada e consistente, respeitando os limites do desenvolvimento do seu cão.
Estabeleça comandos de interrupção

Para lidar com um filhote mordendo constantemente, é fundamental ensinar comandos de interrupção e liberação, que oferecem controle imediato e seguro do comportamento. Comandos como “solta” (para largar objetos ou partes do corpo) e “não” (para evitar uma ação antes que ela aconteça) devem ser introduzidos desde cedo, com consistência e tom de voz firme, mas sem gritar ou assustar o animal.
A chave está no equilíbrio entre autoridade e respeito. Ao notar o filhote com algo impróprio na boca, diga “solta” e, assim que ele obedecer, recompense imediatamente com um brinquedo permitido, petisco ou carinho. Já o “não” funciona melhor como um alerta prévio — deve ser dito no momento em que o cão demonstra intenção de morder algo inadequado, e seguido de um redirecionamento positivo.
Essa abordagem moderna, amplamente validada por profissionais de comportamento canino em 2025, ancora a mensagem de autoridade sem punição, promovendo aprendizado por associação. O objetivo não é apenas interromper o ato de morder, mas também ensinar o que é permitido morder.
Controle o ambiente desde cedo
Filhotes são exploradores por natureza, e muito do comportamento destrutivo surge simplesmente porque encontram oportunidades acessíveis. Para evitar que o filhote mordendo desenvolva o hábito de atacar móveis ou objetos inadequados, é essencial organizar o ambiente de forma preventiva.
Desde os primeiros dias em casa, delimite áreas seguras para o filhote. Um cercadinho ou espaço restrito, em um local calmo da casa, é uma excelente estratégia. Esse ambiente deve conter água fresca, caminha confortável e brinquedos apropriados para mastigação — especialmente aqueles resistentes e com diferentes texturas. Pendurar ou disponibilizar brinquedos do tipo “pendente” ou interativos (como tubetes ou cordas de morder) também ajuda a manter o filhote ocupado e longe de objetos da casa.
Além disso, retire do alcance objetos como chinelos, cabos, almofadas e itens frágeis. Quanto menos tentações, menores as chances de erro. O controle do ambiente é uma das formas mais eficazes de evitar comportamentos indesejados sem precisar corrigir constantemente o animal.
Essa organização simples reduz o estresse, facilita o aprendizado e promove segurança tanto para o pet quanto para a casa. Ao remover o acesso ao erro e facilitar o acerto, o tutor cria um cenário ideal para reforçar comportamentos positivos com mais agilidade e eficácia.
Seja consistente e paciente com o processo
Modificar o comportamento de um filhote mordendo exige tempo, repetição e paciência. Nenhum aprendizado significativo acontece da noite para o dia. Formar hábitos saudáveis depende de uma rotina constante e da repetição diária de comandos, limites e reforços positivos.
As orientações mais atualizadas reforçam que, mesmo que os treinos durem apenas alguns minutos por dia, o importante é a frequência e a regularidade. O cérebro do filhote funciona por associação. Quando ele é recompensado imediatamente após um bom comportamento, como parar de morder ou escolher o brinquedo certo, a aprendizagem se consolida com mais rapidez.
Também é fundamental manter a coerência. Se um dia o tutor permite que o filhote morda a mão durante uma brincadeira, e no outro corrige, o pet ficará confuso e inseguro. Isso atrasa o processo e pode reforçar o comportamento indesejado.
Entenda: os resultados virão, mas em semanas — não em horas. Cada pequena evolução, como diminuir a força da mordida ou escolher um mordedor ao invés de um chinelo, deve ser valorizada. Com consistência, paciência e reforço constante, o comportamento melhora de forma duradoura, promovendo equilíbrio emocional e uma convivência mais harmoniosa entre tutor e cão.
Monitore o progresso e ajuste estratégias
Para lidar com um filhote mordendo de maneira eficaz, acompanhar a evolução do comportamento é tão importante quanto as ações tomadas. Criar um pequeno registro com data, situação e resposta permite identificar padrões e adaptar o manejo. Um exemplo simples pode incluir:
Situação | Frequência | Ação realizada | Resultado observado |
---|---|---|---|
Mordidas nas mãos | Após brincadeiras | “Ai!” + redirecionamento para brinquedo | Redução da intensidade da mordida |
Roer móveis | Durante ausências | Acesso a área segura com brinquedos | Diminuição significativa |
Esse tipo de monitoramento ajuda a entender o que está funcionando, quando é hora de variar os estímulos e quais estratégias precisam ser reforçadas. Avaliar o progresso de forma objetiva também aumenta a confiança do tutor no processo.
Em casos em que o comportamento de morder se torna intenso, persistente ou começa a causar ferimentos frequentes, é sinal de que o suporte de um profissional especializado é essencial. Filhotes com histórico de trauma, ansiedade severa ou reatividade exigem uma abordagem personalizada e cuidadosa.
Veterinários comportamentais e adestradores utilizam técnicas modernas, como dessensibilização sistemática, redirecionamento lúdico e protocolos baseados em reforço positivo. O plano é montado de acordo com o temperamento do cão e as rotinas da família, garantindo um progresso real, com foco no bem-estar emocional do pet.
Buscar ajuda não é um sinal de fracasso, mas de responsabilidade. Com o suporte certo, até mesmo filhotes com comportamento difícil podem aprender a interagir de forma equilibrada, segura e afetuosa.
Conclusão

Se lidar com um filhote mordendo tem sido um desafio, saiba que corrigir esse comportamento exige mais do que simples repreensões — demanda empatia, estímulo direcionado, rotina estruturada e consistência nas ações. Substituir as mordidas por hábitos saudáveis começa com a oferta de brinquedos apropriados, uso correto do reforço positivo, ensino de comandos eficazes e controle inteligente do ambiente.
À medida que o tutor estabelece essas estratégias com paciência e persistência, o filhote aprende gradualmente a brincar sem machucar, a explorar com segurança e a respeitar os limites impostos. Esse processo não só molda o comportamento como também fortalece o vínculo entre cão e tutor, promovendo um ambiente de confiança mútua.
É importante lembrar que cada filhote tem seu ritmo. Casos mais intensos, com mordidas frequentes ou agressivas, podem exigir a ajuda de profissionais especializados em comportamento animal. Com as ferramentas certas, você transforma a fase de mordidas em um aprendizado duradouro — e colhe os frutos de uma convivência harmônica, equilibrada e cheia de afeto.
Referências
Petz – Como fazer o cachorro parar de morder
Guia com dicas e técnicas para ensinar seu cachorro a parar de morder objetos, pessoas ou outros animais, abordando o uso de reforço positivo e brinquedos apropriados.
🔗 petz.com.br
Terra – O truque de um adestrador que fez meu cachorro filhote parar de morder tudo em poucas semanas
Artigo que compartilha a experiência de um adestrador para ensinar um filhote a parar de morder, com uma técnica simples que foi eficaz em poucas semanas.
🔗 terra.com.br